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você conhece a toninha?

Autora: Marina Batochio - Projeto Amigos da Jubarte



Foto: Toninhas - Federico Sucunza/GEMARS


Quem são as Toninhas?


A toninha, de nome científico Pontoporia blainvillei, é o menor golfinho da costa brasileira e o mais ameaçado de extinção no Atlântico Sul. Essa é uma das espécies com ciclo de vida mais curto entre os cetáceos. A alimentação desse pequeno cetáceo é composta principalmente de peixes ósseos e lulas costeiras. Por outro lado, ela pode ser predada por algumas espécies de tubarões e de orcas.



Você sabia?


As Toninhas são consideradas como um indicador de saúde do mar! São endêmicas do Atlântico Sul e são bem pouco conhecidas porque, diferente das baleias, elas não saltam na água! Além disso, não gostam de se aproximar das embarcações e não costumam andar em grandes grupos. Muitos pesquisadores afirmam só ter observado a espécie depois de realizar estudos específicos sobre elas e com animais encalhados.



Distribuição


A toninha só é encontrada no Brasil, Argentina e Uruguai. O conhecimento dessa distribuição é muito importante para a definição de unidades de manejo e planos de conservação.

As áreas de maior ocorrência da toninha no litoral brasileiro localizam-se na região de desembocadura norte do complexo estuarino de Paranaguá, no Paraná, entre a Ilha do Mel, a Ilha das Peças e a Ilha das Palmas. Em Santa Catarina também é possível observar esse animal na Baía da Babitonga.


A espécie possui uma população isolada no ES, ocupando da área do Rio Doce até Itaúnas. Estimasse que a população dessa área seja em torno de 600 indivíduos. A mortalidade da toninha, no entanto, é muito grande. Os animais encontrados mortos e encalhados na praia representam apenas de 15% a 30% da mortalidade total da espécie.


Ameaças


A maior mortalidade desse pequeno golfinho é causada pela captura na pesca acidental, conhecida como “bycatch''. Por esse motivo é bem complexo tratar da conservação dessa espécie, uma vez que é preciso englobar tanto o aspecto ambiental quanto o socioeconômico para que a atividade pesqueira sustentável e a toninha possam coexistir reduzindo ao máximo os impactos sobre a espécie.


Foto: Golfinhos com rede emalhada no dorso - Leonardo Merçon


Os indivíduos habitam, geralmente, áreas bem rasas, justificando o risco pela pesca acidental. Outro fator de ameaça é a poluição intensa dos mares. Já foram encontrados compostos químicos tóxicos de protetores solares nos tecidos das toninhas, além de serem encontrados outros como mercúrio, chumbo, zinco, metais pesados e compostos orgânicos que também podem levar à debilitação do animal. Análises do conteúdo estomacal da toninha mostraram que a espécie também é vulnerável à ingestão de vários tipos de resíduos, como pedaços de linhas e redes de pesca. A degradação do ecossistema é um sério problema para este animal.


Nosso papel


Estima-se que as capturas acidentais de cetáceos em artefatos de pesca provocam a morte de mais de 300.000 animais por ano. Os mamíferos marinhos que precisam retornar à superfície para respirar podem sofrer afogamento causado pela captura acidental. Esses animais podem se enroscar nas redes abandonadas e, assim, são impedidos de subir para respirar. As maiores vítimas são os golfinhos e as baleias.


Isso tudo é muito problemático, podendo causar sérios danos ao ambiente marinho. Destaca-se que a remoção de um predador por meio de pescaria pode causar a substituição da espécie na cadeia alimentar, o aumento populacional de suas presas e, consequentemente, grandes alterações no ecossistema em longo prazo. Assim, a extinção da toninha pode provocar alterações na composição da fauna presente no ecossistema marinho.


Como a captura acidental, maior causa de mortalidade da toninha, é consequência de uma pescaria em grande escala, podemos voltar às atenções a origem do nosso produto. Assim, sabendo de quem compramos, se a pesca seguiu a legislação, valorizamos o pescador que respeita o ambiente marinho.


Muitos deles dependem dessa atividade para sobreviver e nutrem muito respeito pelo mar e seus habitantes. Assim, buscando consumir do produtor local, incentivamos uma pesca mais consciente. Ademais, as grandes indústrias de peixe já pescam em grandíssimas quantidades. Preferindo o produtor local, olhamos para a pesca em pequena/média escala, diminuindo os prejuízos do processo.


Olhar para o nosso consumo é essencial, bem como cobrar medidas públicas para solucionar a questão dos problemas ambientais. Nesse sentido, devemos nos atentar sobre as questões de saneamento básico e descarte correto de poluentes. A contaminação do ambiente marinho, consequentemente a contaminação dos animais como a toninha, é proveniente em grande parte do esgoto ou pela falta de tratamento do mesmo.


Valorizar a ciência é um ponto chave. Isso porque as inovações científicas são utilizadas muitas vezes para desenvolver métodos para reduzir o impacto sobre a fauna marinha.


Sabendo da importância da toninha e das ações que podemos tomar para ajudar na conservação da espécie, agora está em nossas mãos. Vamos juntos!



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Para aqueles que tem interesse em ver as baleias em Vitória - Espírito Santo em 2021, é só entrar no site do Projeto Amigos da Jubarte pelo link: www.queroverbaleia.com


Os Projetos Amigos da Jubarte, Jubarte.Lab e Golfinhos do Brasil são de realização do Instituto O Canal e Instituto Últimos Refúgios, em parceria com a Vale e o apoio nessa atividade da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e Lar Mar.




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