Autora: Natália Vagmaker - Projeto Amigos da Jubarte
Na manhã do dia 17 de novembro de 2020, os cientistas a bordo do navio da SWFSC/NOAA avistaram três baleias-de-bico sobre as águas ao norte das ilhas de San Benito e Guadalupe, no México, que estão localizadas a cerca de 480 milhas da fronteira com os Estados Unidos.
A descoberta
Uma expedição realizada por um grupo de cientistas da SWFSC/NOAA estava em busca de uma espécie de baleia de bico (baleia-bicuda-de-Perrin), sendo esta, pouquíssima conhecida pela ciência, a sua descoberta foi através de alguns indivíduos mortos encontrados nas praias da Califórnia. Para tentar encontrar essa espécie, os cientistas implantaram hidrofones para registrar os sinais acústicos emitidos pelas baleias, mas para a surpresa deles três baleias se aproximaram da embarcação e nesse momento eles se surpreenderam, pois ao observarem, notaram características diferentes dos cetáceos que conheciam. Ao retornarem, os especialistas em baleias-de-de-bico analisaram as fotografias e os sinais acústicos gravados pelos hidrofones, segundo eles com base nestas evidências a espécie encontrada é nova. O cientista Jay Barlow foi o responsável pela descoberta da nova espécie, vale ressaltar que só poderá comprovar de forma definitiva após a análise genética coletada em campo.
Baleia bicuda
No momento presente se conhecem 23 espécies de baleias-bicudas, assim como outros cetáceos, emitem sons únicos, ou seja, cada espécie possui o seu canto, dessa forma podemos identificá-las com segurança os tipos de baleias de bico presente no local. Contudo, sabe-se pouco sobre essas baleias devido ao fato de viverem em águas profundas sendo dificilmente avistadas. Os pesquisadores gravaram um sinal acústico próximo às ilhas, conhecido como BW43, que acreditam ser o som da baleia-de-bico-Perrin, essa espécie é uma das 23 espécies conhecidas com bico, mas não existem avistamentos confirmados das baleias de bico de Perrin, sendo desconhecidos o tamanho da população e distribuição geográfica. Os indivíduos documentados nesta expedição são baleias de bico, porém, não é a Perrin ou outra espécie conhecida, pois o som acústico emitido pelos indivíduos é diferente das outras espécies conhecidas, além das características físicas apresentadas.
Um olhar para o futuro
A pergunta é: será que a descoberta dessa espécie é um benefício para ela? Sinceramente a resposta para essa questão é bem delicada, uma vez que vivemos em um mundo no qual boa parte da população visa apenas crescimento econômico é difícil saber como serão as futuras intenções em relação a esta espécie, pois nossa fauna marinha já vem sendo a muitos anos explorada de forma cruel e sem respeito algum. Para muitas pessoas esta descoberta é extraordinariamente maravilhosa, como podemos observar no vídeo* o entusiasmo dos pesquisadores, essas pessoas percebem o quanto a vida realmente significa, um olhar amplo no qual se sabe toda a interação existente em que todas as espécies estão envolvidas em uma extraordinária trama da vida.
Todas as espécies merecem respeito. E você? Qual time faz parte?
*Clique aqui e veja o vídeo do documentário sobre a nova espécie de baleia bicuda.
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Para aqueles que tem interesse em ver as baleias em Vitória - Espírito Santo em 2021, é só entrar no site do Projeto Amigos da Jubarte pelo link: www.queroverbaleia.com
Os Projetos Amigos da Jubarte, Jubarte.Lab e Golfinhos do Brasil são de realização do Instituto O Canal e Instituto Últimos Refúgios, em parceria com a Vale e o apoio nessa atividade da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e Lar Mar.
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