Golfinhos e a saúde dos oceanos: o que o estado deles nos revela?
- amigosdajubarte
- 14 de out.
- 3 min de leitura
O monitoramento dos animais marinhos, no geral, pode ser um importante indicador da saúde dos oceanos.
Autor: Rubi Conde / Projeto Amigos da Jubarte

Golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus) Foto: Beatriz Marins
De acordo com o doutor Greg Bossart, patologista veterinário do Aquário da Geórgia, os mamíferos marinhos são ótimas sentinelas da saúde dos mares e dos seres humanos; eles funcionam como importantes bioindicadores para quando algo não está bem. O monitoramento desses animais, especificamente dos golfinhos, podem gerar informações valiosas para o entendimento da condição dos oceanos.
Laboratórios de toda costa brasileira atuam na avaliação de saúde da fauna marinha em praias e regiões litorâneas. Com a coleta de informações ambientais, amostras biológicas, registro dos animais encalhados, resgate dos animais que demandam de atendimento e a recuperação de carcaças, são revelados dados importantes sobre o meio ambiente. E esses resultados contribuem para a conservação da biodiversidade marinha e do oceano Atlântico.
A título de exemplo, uma pesquisa realizada pela Pernille Sørensen, bióloga da Universidade de Bristol (Inglaterra), publicada em 2023, concluiu que os golfinhos estão “gritando” para se comunicar. Devido à poluição sonora dos mares, os animais estão compensando o excesso de ruídos alterando o volume, a duração das suas “vozes” e até sua linguagem corporal. Esses sons que podem ser causados por embarcações, explorações sísmicas, perfurações de petróleo, parques eólicos e entre outros, se multiplicaram rapidamente nos últimos anos.
Outro exemplo, foi a descoberta de um grupo de pesquisadores liderados pelo biólogo Marcos César de Oliveira Santos, professor do programa de Pós-Graduação em Zoologia do Instituto de Biociências (IB), câmpus de Rio Claro. Em um artigo publicado no site da revista Marine Environmental Research em 2009, a observação de golfinhos monitorados por fotografia para um estudo de população, no estuário de Paranaguá (PR), próximo de um porto, alertou os pesquisadores para incidência repentina de dois tipos de doenças de pele em 17% da população local. Submetida as imagens para a veterinária Marie Van Bressem, do Grupo Médico de Conservação de Cetáceos, localizado na Colômbia, e especialista em doenças de pele de cetáceos, a equipe descobriu que as manchas se tratavam de lobomicose e doença nodular da pele, que têm aparecido com frequência em golfinhos que moram perto de portos ao redor do mundo.
Segundo o docente, o esgoto in natura que é despejado na baía de Guaraqueçaba, as atividades do porto de Paranaguá e a criação ilegal de camarão estão colocando em risco todo o complexo estuarino. Em destaque os golfinhos, que já estão sentindo as consequências desse conjunto.
Além das atividades humanas relatadas, existem muitas outras que cooperam para resultados negativos para o ecossistema marítimo. Os bioindicadores demonstram a necessidade e a importância da preservação ambiental e as consequências assustadoras da falta disso para os animais marinhos.
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