O Espírito Santo sedia um dos maiores complexos portuários da América Latina e é apontado como um dos mais eficientes do país. A movimentação de navios na região é rotineira e de longa data o que demanda, também, a movimentação de rebocadores que auxiliam o ingresso à área portuária e, ainda, de embarcações de apoio que auxiliam as tripulações desses navios. Sendo assim, o potencial aumento do tráfego marítimo se tornou uma preocupação para o futuro da população brasileira de baleias-jubarte.
Com isso, a iniciativa do Projeto Amigos da Jubarte de monitorar o comportamento de cetáceos, em zonas portuárias, foi referenciada como muito importante para a conservação desses animais, pois, através de pesquisas realizadas pela plataforma científica do projeto, o Jubarte.Lab, está sendo possível identificar, desde 2015, na costa sudeste brasileira, as áreas originais de ocupação dessas baleias.
Um Litoral de Cetáceos
Estudos aéreos apontam o litoral do Espírito Santo como uma das áreas de maior concentração de baleias-jubarte e outros cetáceos, como os golfinhos, do Brasil.
O tamanho dos impactos gerados pelas atividades portuárias, realizadas na costa capixaba, ainda é pouco conhecida, o que reforça a importância de estudos de longo prazo sobre a ecologia, padrões de distribuição e comportamento das espécies em questão.
Esses monitoramentos são essenciais para identificar eventuais alterações populacionais e comportamentais, além de medirem os impactos diretos na saúde desses animais.
O Monitoramento
Este programa de monitoramento, tem como objetivo ampliar as pesquisas iniciadas em 2017 gerando dados para a avaliação de potenciais impactos das atividades portuária e marítima sobre os cetáceos e a proposição de medidas que diminuam o risco de colisão na área que eles navegam.
Os objetivos específicos deste estudo são: ampliar o conhecimento sobre a riqueza e a distribuição de espécies de cetáceos na Plataforma Continental da Grande Vitória; estimar a densidade e a abundância das espécies de cetáceos mais comuns, por meio da execução e avaliação de métodos complementares; dar continuidade ao levantamento de informações sobre o uso de habitats de algumas espécies, implementando diferentes métodos conjuntamente; ampliar o conhecimento sobre padrões comportamentais de algumas espécies, buscando avaliar, quando possível, a suscetibilidade destas diante de atividades portuária e marítima; continuar promovendo o registro e a avaliação preliminar de possíveis interferências antrópicas na comunidade de cetáceos na Plataforma Continental da Grande Vitória; descrever os sons de origem biológica (golfinhos e baleias-jubarte) e antropogênica no ambiente aquático da área de estudo, com a finalidade de avaliar a ocorrência de sobreposição de ruídos aos sons biológicos dos cetáceos; intensificar ações de sensibilização dos colaboradores do Porto de Tubarão (diretos e indiretos), e do público em geral; avaliar a funcionalidade e a eficácia da aplicação integrada e complementar dos diversos métodos previstos para o atendimento dos objetivos de monitoramento.
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Para aqueles que tem interesse em ver as baleias em Vitória - Espírito Santo, é só entrar no site do Projeto Amigos da Jubarte pelo link: www.queroverbaleia.com
Os Projetos Amigos da Jubarte, Jubarte.Lab e Golfinhos do Brasil são de realização do Instituto O Canal e Instituto Últimos Refúgios, em parceria com a Vale e o apoio nessa atividade da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e Lar Mar
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